quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

DESLIZES DE PREGADOR

Por Pe. Zezinho

Cf. www.padrezezinhoscj.com/wallwp/archives/5253

Deslizes não há quem não os cometa. Se for humano, mais dia, menos dia o crente escorregará. Não há santos sem escorregões. Por mais piedoso que pareça o monge, por mais provado que o pregador se revele em virtudes e por mais exemplar que seja sua vida, mais dia menos dia acaba dizendo o que não devia, fazendo o que não deveria e pecando como jamais imaginava.
Por isso, não nos apressemos em julgar os outros. Também somos candidatos aos mesmos escorregões. Uma coisa é ensinar o certo, quando vimos que alguém ensinou errado. Uma coisa é discordar do comportamento de algum irmão na fé. Outra é nos arvorarmos em juízes. Nunca sabermos o que levou àquela doutrina, àquele desvio de conteúdo e de conduta. Discordemos dele ou dela e corrijamos. Mas discordemos sem diminuí-lo. Digamos a ele no quê e por que não concordamos. Digamos aos que nos ouvem ou lêem por que não concordamos com aquela frase, aquela palavra e aquela canção. É direito e é dever de quem estudou a fé. Correção fraterna existe e é para ser usada. E precisamos ter a humildade de corrigir nossos erros quando alguém os aponta.
Pregadores não são anjos e escritores, catequistas e compositores não são infalíveis. Podemos errar e erramos. Podemos ser tentados e somos, podemos cair e caímos. Que o povo ore por seus sacerdotes e pregadores e que sacerdotes e pregadores peçam misericórdia quando errarem, peçam desculpas e perdão quando se excederem e peçam preces ao povo para errarem o menos possível.
Nunca seremos uma igreja de anjos. Anjos , arcanjos querubins e serafins não precisam de igreja. Os humanos, sim! Crer sozinho é perigoso. Quem precisa de igreja são pecadores que, às vezes posam de anjos, profetas, arautos e porta-vozes do céu, esquecidos de que outros irmãos celebram e anunciam conosco.
Por isso, a ascese católica sabe que fiéis e pregadores erram. Os do púlpito e os de perto dele, os do microfone e os da assembléia, os de traje especial e vistoso e o povo de traje de missa. Os famosos e os anônimos… Estar lá na frente não é sinal de santidade. Ser mais visto não é o mesmo que ser mais sensato.
Pensemos nisso da próxima vez que bater a tentação de nos acharmos especiais. Nossa missão talvez seja. Quanto a nó, cabe viver como quem sabe das suas responsabilidades. Perfeito? Só Deus. Nós já erramos ou ainda erraremos. Por isso comecemos bem nossas missas. Todas elas começam com o ato penitencial…Nem poderiam ser diferentes.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

É NATAL...

Tudo o que Jesus fez na terra, foi para nos dar o exemplo. Se nasceu numa mangedoura, foi para nos ensinar que a simplicidade faz parte do nosso caminho; se recebeu ouro, foi para que saibamos que existem tesouros valiosos que nos pertencem de direito: a amizade e o amor. Se recebeu incenso e mirra foi para nos mostrar que a vida também tem seu perfume, mesmo quando estamos fechados a tudo ao nosso redor.
Que neste Natal, seus olhos apontem mais do que um caminho e te mostrem a direção correta. Que seus braços sirvam de amparo para os que caem pelo caminho. Que seus pés levem socorro aos infelizes. Que seu lindo sorriso seja mais constante e sirva de consolo aos que choram. Que suas palavras continuem sendo doces e elevem qualquer pessoa. Que o seu coração se abra e receba a luz. Que a sua vida seja luz. Que seu maior amigo seja sempre Ele, Jesus.
Que Deus te abençoe neste natal e por toda a tua vida, te dando paz saúde e coragem para seguires adiante e alcançares tudo que almejas.
Feliz e abençoado Natal pra todos!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

COROA DO ADVENTO

Um símbolo que pode nos ajudar a tornar mais celebrativas nossas liturgias no advento é a coroa do advento. Ela é feita de um círculo de galhos sempre verdes para simbolizar a natureza infinita do amor do Deus para com todos os povos. Quatro velas são acesas e colocadas no círculo uma a cada semana do advento.
A coroa do advento, com suas quatro velas acesas de forma progressiva, retoma o costume judaico de celebrar a vinda da luz na humanidade dispersa pelos quatros cantos cardeais e significa prontidão e abertura ao Senhor que vem.
A atitude fundamental nesse tempo é vigiar; é renovar nossos corações na mesma esperança que animou, durante tantos séculos, a caminhada do povo de Deus. Alegres na espera pela vinda do Senhor, firmes na oração e na vigilância, preparemo-nos com alegria para o Natal

sábado, 12 de novembro de 2011

Vem, Senhor Jesus!

O Advento é o tempo litúrgico que antecede o Natal. São quatro semanas nas quais somos convidados a esperar Jesus que vem. Por isso é um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Nas duas primeiras semanas do advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador.  Nas duas últimas, lembrando a espera dos profetas e de Maria,  nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém.
Até um tempo atrás se associava o advento com o tempo da quaresma, tempo de jejum e penitência. Mas na verdade, o advento é um tempo de alegre esperança da chegada do Senhor. Jesus vem e isso é motivo de muita alegria. Na verdade, Jesus já veio e virá uma segunda vez. Esse é o ensinamento da Igreja. Mas nosso encontro com Jesus que vem, acontece todos os dias. Jesus vem até nós na pessoa dos nossos irmãos e irmãs, de um modo especial os mais sofredores. Ou mesmo em tantas formas de presença onde o Cristo ressuscitado vem até nós, na oração, na celebração litúrgica ou quando nos reunimos em sue nome. Nosso encontro definitivo com Jesus se dará quando morrermos e partiparmos com ele de sua glória, no seio da Santíssima Trindade. Por isso, o cristãos somos convidados a viver num constante advento, antecipando, na nossa frágil e muitas vezes debitada história, esse encontro definitivo.
Com o advento inauguramos o "cíclo do Natal" que se extende até a festa do Batismo de Jesus em janeiro.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

FINADOS


Dia de Finados: comemoração dos fiéis defuntos


Renold J. Blank. Doutor em Teologia e em Filosofia; licenciado em Letras; professor titular da Pontifícia Faculdade de Teologia de São Paulo. Também é professor do Instituto de Teologia de São Paulo e do Instituto Teológico Pio XI.



 
A festa de finados nos confronta ano por ano com a mesma questão: o que aconteceu com os nossos mortos? Será que eles desapareceram para sempre? Ou será que eles entraram em novos ciclos de reencarnação, de tal maneira que voltarão em outra época e em outra forma, para viverem mais uma vida? Ou será que eles chegaram àquelas outras dimensões, das quais a religião cristã nos fala? Três possibilidades. Três alternativas. Qual delas é a verdadeira? Quem tem razão? A pergunta está sendo formulada. E diante do fato de nossa morte, da morte de nossos entes queridos, se exige uma resposta.
O Apocalipse de São João, numa visão grandiosa nos apresenta a imagem de “uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9), reunidos em torno de Deus numa felicidade inimaginável. Eles “não mais têm fome nem sede, nem cairá sobre eles o sol nem calor algum” (Ap 7,16). Na imagem desta multidão, o autor do apocalipse quer transmitir aquilo que é o centro da Boa Nova cristã. A certeza de que o nosso destino final não será em algum lugar assombroso dos mortos, nem num “xeol” despersonalizado, nem numa nova vida terrena depois de mais uma reencarnação.
O nosso destino final é a comunhão pessoal e íntima com Deus. É este o plano dele e é para isso que Ele nos criou. Para que nele e através dele cheguemos à nossa plenificação. Esta plenificação, no entanto, não é o resultado de centenas e milhares de vidas, vividas no decorrer de sempre novas reencarnações. Ela é dom e graça de Deus que ama. De um Deus que se apaixonou por nós, e que, por causa disso, nos ressuscitará depois de uma única vida, para que sejamos para sempre unidos a Ele. Unidos com aquele que nos ama, numa êxtase de amor, pela qual o apóstolo Paulo, balbuciando, só consegue dizer que “nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais penetrou no coração do homem, o que Deus preparou para aqueles que amam.” ( 1 Cor 2,9)
No festa de Finados exprimimos a esperança de que os nossos entes queridos que já morreram já chegaram a este destino. Destino de todos nós. Destino planejado para nós, por um Deus que nos ama. Destino feliz, de tal maneira que o Dia de Finados pode ser uma das nossas maiores festas. Uma das nossas celebrações mais alegres e felizes, porque aqueles que nós amávamos já chegaram a um destino tão maravilhoso. O que nós celebramos neste dia, é a festa da ressurreição dos nossos entes queridos, e a esperança firmemente fundamentada em Jesus Cristo, que também nós, um dia, vamos ressuscitar.
Extraído de: “Consolo para quem está de luto” - Edições Paulinas
Fonte: http://www.diocesedepiracicaba.org.br